SER POETA: - "É TER A CAPACIDADE DE SINTETIZAR E RESUMIR" - "É A SINGELEZA DE APARENTAR COMO" - "É CONSEGUIR OBSERVAR A NATUREZA" - "É ENXERGAR O QUE NINGUÉM VÊ" - "É A EMOÇÃO DE UM SONHADOR" -É DEFINIR O SENTIMENTO EMANADO EM VERSOS E PROSAS" - "É EVIDENCIAR OS SONHOS E FANTASIAS" - "É TRANSPOR A ALMA ATRAVÉS DOS LIMITES DOS SONHOS" - "É TER VOCÊ NOS VERSOS SEM RIMAS DA SUA PRÓPRIA VIDA"...(O autor do Blog:Rodolfo Antonio de Gaspari)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

HOMEM DO CAMPO

  

                

                          HOMEM DO CAMPO

Vai o lavrador cansado,
No seu recolhimento diário,
Não vê o seu dia passar.
No campo, as horas,
São medidas e aproveitadas,
De acordo com a altura do sol.

Bem baixo, vermelho é a aurora,
Com o movimento e o cantar,
Dos pássaros nos arvoredos,
Matando sua fome matutina,
Até as sementes aguardam,
Que as disseminem em espaço aberto.

Vem o retireiro com a ordenha,
Leva os filhotes bezerros,
Famintos para sugar,
Do bom leite, sobrado pouco depois,
Levado dos baldes aos latões,
Para o urbano aproveitar.

Subindo...subindo...subindo...
Já é um sol escaldante,
Refletindo grande luz nos recantos,
Dos horizontes sem fim,
Não se vê mais a vermelhidão,
Deixada lá atrás com o amanhecer.

E o lavrador deixa o arado,
As sacas das sementes também,
Solta o cavalo trabalhador,
Puxador dos varais protetores,
Das semeaduras rústicas e primitivas,
Enterrando grão a grão, os futuros alimentos.

Ali o homem do campo senta,
Na sombra de uma frondosa mangueira,
Abre a marmita cheirosa,
Do tempero, lá da madrugada,
Feita no fogão caipira à lenha,
Muito antes do sol amanhecer.

Retorna às ruas nas carreiras,
Já arada e agora plantadas,
Dos produtos naturais valiosos,
Transportados por vagões ou caminhões,
Até mesmo aos portos dos mares,
Levados aos múltiplos rincões do homem.

Outra pausa é chegada,
A estrela sol já dá o sinal,
Aproximando do oeste poente,
É hora da merenda, do lanche,
Bom pão de milho recheado,
Com manteiga e boa carne suína.

Sobra ainda mais um pouco,
Da força readquirida,
Põe o chapéu de palha,
Desce a manga comprida da camisa,
Ruma ao solo fértil,
À espera depois da boa chuva.

Mais um pouco cai o sol,
Como chamamento ele avisa:
Terminou o seu dia,
Beija agora o crepúsculo,
Vá à fonte se banhar...
Espere a sua lua chegar.

Lembrando da semente semeada,
Lá, pouco distante no campo,
Adormece, descansa...
No seu colchão de palha,
Na esperança de outra aurora,
Lá longe... no horizonte despontar.
                                        
                    

                                  (Autor:Rodolfo Antonio de Gaspari)

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